Rua Inácio Bastos, 147    |    comercial@jec.com.br    |    socio@jec.com.br    |    (47) 3455-0055

Martinelli: fim de um ciclo triunfal

A gestão de Nereu Martinelli como presidente do Joinville chega ao fim. O mandato teve início em 5 de julho de 2012, mas o trabalho começou ainda em 2008, quando desde então trabalhou como diretor de futebol e vice-presidente na administração Márcio Vogelsanger. No período, o Joinville Esporte Clube voltou a ser respeitado como em décadas anteriores e somou um título do Campeonato Catarinense, um da Série C do Campeonato Brasileiro e alcançou a maior conquista de sua história, o Brasileirão da Série B. No entanto, não foram as glórias em campo que Nereu vai levar para a vida fora do Tricolor.
“A minha maior satisfação deste período foram ações sociais que conseguimos fazer através do JEC, de ajudar pessoas”, resume Martinelli. Mas os triunfos passam das quatros linhas e do aspecto social. Nereu Martinelli encerra a gestão também com a modernização do centro de treinamento, bem equipado. Assim entrega a administração ao empresário Jony Stassun. Vai o presidente, fica o apoiador do JEC. O Joinville Esporte Clube agradece ao homem que comandou o Joinville no período de 240 partidas, e que dedicou 15 dos seus últimos 18 anos ao clube.
IMG_3122
Neste domingo, antes da partida Joinville x Camboriú, pela sexta rodada do returno do Campeonato Catarinense, o Joinville Esporte Clube rende homenagem pelo dedicação, tempo e suor dedicados ao clube. Martinelli vai recebe uma placa com o número de jogos do clube em sua gestão na presidência e outras recordações.
A seguir, veja declarações de Nereu Martinelli sobre temas da administração e futuro do clube.
Como encontrou e como entrega o JEC
“O trabalho no JEC começou ainda em 1998, quando passei a atuar como dirigente. O atual trabalho teve início em 2008 como diretor de futebol. Acumulei a função de vice-presidente neste período também. Quando começamos, em 2008, no CT faltava muita coisa, estrutura física, parte de academia, fisiologia, investimentos em departamento médico e preparação física. Havia apenas um campo. O CT foi modernizado, com aquisição de equipamentos, também foi construído o segundo campo. Pegamos o clube com 1,8 mil sócios e hoje são próximos dos 10 mil. O clube estava afundado em 2008, e de 2012, quando presidente, para cá foi mais tranquilo. A dificuldade financeira existe e sempre existirá, mas reconstruir o que não existe é difícil. Reconstruí emoção, ainda mais”.
“Vou deixar ao Joinville um patrimônio que vai além do físico. Tem o operacional, deixar atletas com mercado, algo que o Joinville não tinha. Atletas negociáveis que o presidente pode, e deve, negociar porque o problema vai sobrar para ele. Nossa base evoluimos muito, com jovens atletas em clubes considerados de ponta, atletas jogando grandes competições nacionais”.
Orgulho
“O maior legado que levo não são os títulos nacionais. A minha maior satisfação deste período foram ações sociais que conseguimos fazer através do JEC, de ajudar pessoas. É o que me deixa mais contente. Os títulos passam, mas as ações como estas ficam. Fizemos jogos contra os padres para ajudar freiras e outras ações. Acho que foram mais de 500 camisas autografadas para entidades fazerem rifas, ou ações para algum indivíduo que necessitava. Isso compensa as muitas noites mal dormidas, seja quando o time ganha ou perde, dias sem se alimentar direito. É preciso ser forte para ser dirigente do Joinville. É preciso coragem, convicção, seja errando ou acertando. Mas não tenho arrependimento algum”.
IMG_3130
Momentos difíceis
“O mais complicado foi a reconstrução do clube, ainda em 2008. Na época, jogava com camisa alugada e era um time desrespeitado em Santa Catarina e no Brasil. Acho que o que mais se deve valorizar em uma instituição ou pessoa é o seu respeito. Acho que o resto, o que aconteceu foi consequência de trabalho feito pelas pessoas que estiveram no Joinville. Uma frustração que tenho, já como presidente, foi a queda da Série A para a Série B (em 2015). Mas acho que o dia a dia do clube é muito difícil. O Joinville é um clube presidencialista por sua natureza. Por mais que se delegue funções, tudo acaba nas mãos do presidente. Às vezes as decisões do presidente não são aquelas que as pessoas gostariam que fossem tomadas, mas necessárias. A experiência que tive, como dirigente mais antigo de Santa Catarina, e as dificuldades fizeram com que os dias mais complicados fossem dias normais, rotineiras. O dia a dia do presidente de clube é difícil, sem hora para começar ou terminar. Não há dia ou hora, mas a experiência torna o difícil comum no futebol”.
Melhor momento
“Acho que o melhor que presenciei foi a emoção do torcedor do JEC quando campeão da Série B do Campeonato Brasileiro, em 2014. Foi algo diferente, algo que não é fácil de ser conquistado. Fiquei satisfeito porque foi um grande título nacional, uma região ficou feliz, o torcedor se emocionou. A satisfação foi ver o torcedor contente. Mas o presidente não pode se vislumbrar com um título”.
14065044220_37e24247de_o
Maior emoção
“Foi no acesso da Série C para a Série B (em 2011), para falar a verdade. Foi uma conquista difícil. É que isso fez com que o clube chegasse a outro patamar. Mas o dia a dia do presidente é muito difícil, massacrante, e faz com que você sinta pouca emoção. Até pelo meu caso, que moro sozinho e sofro sozinho. É difícil dividir emoções. Minha maior preocupação é que as pessoas não abandonem o Jony Stassun, o novo presidente”.
Jogos inesquecíveis
“Um deles é foi o jogo contra o CRB (triunfo por 4 a 0), em que subimos da Série C para a B (com o título nacional em 2011), porque mexeu com a cidade. Assim como o contra a Ponte Preta (vitória por 3 a 1 na Arena), em 2014, que praticamente definiu o título da Série B. Um definiu e outro encaminhou o título nacional”.